quinta-feira, agosto 30, 2007

"I wander through fiction to look for the truth
Buried beneath all the lies
and I stood at a distance
To feel who you are
Hiding myself in your eyes"


sábado, agosto 04, 2007

Às vezes

Às vezes tenho idéias felizes,
Idéias subitamente felizes, em idéias
E nas palavras em que naturalmente se despegam...

Depois de escrever, leio...
Por que escrevi isto?
Onde fui buscar isto?
De onde me veio isto? Isto é melhor do que eu...
Seremos nós neste mundo apenas canetas com tinta
Com que alguém escreve a valer o que nós aqui traçamos?...

Álvaro de Campos

quarta-feira, agosto 01, 2007

Este é o último

Aquele vazio que me levava a encontrar-te? Preencheste-o com amargura seca nas palavras sempre sintetizadas, em uma dizias vinte que eu não adivinhava, pois julgava-las óbvias ou escusadas que despertavam sempre a dor da tua falta de compreensão com a qual te resignas sem reflectir nem um pouco.
Conseguiste arrastar tudo para um nível nulo, não “melhor”, ainda mais abaixo.
Cuspiste de frente na minha luta, na nossa e ainda te arrepias com a minha revolta que te parece inútil, desajustada e exagerada (a tua palavra preferida).
Sempre deitaste fora a minha força depois de a fragmentares… e eu lá ia resgatá-la, juntava todos os bocadinhos com combinações diferentes para puder tentar de novo mas de outra forma. Uma que me mantivesse mais segura, que me pudesse suportar tamanha indiferença nunca admitida.
Quantas vezes me camuflei, quantas máscaras usei para poder lidar contigo…
Muito divagavas tu com uma inocência inóspita só credível por ti próprio, entraves e mais entraves, o teu reflexo voltado para ti mesmo... E chateias-te porque não entendes, nunca quiseste entender; para ti tudo era demais, desde que fosse feito por ti, cada passo é um descalabro, não podias ceder, claro! Onde foi alguém buscar essa ideia? Acuse-se!
Culpada!
Ia atrás da “perfeita repetição”, querendo mostrar-me o motivo de sempre, pisando-me consecutivamente para acordar de uma vez por todas.
Saltei muros sozinha só para te tomar, pensava eu que ia amolecer o meu calo, adormecer a ideia que sempre mostraste para uma novidade e quem sabe dar-te uma nova noção de "precisar de mim".
De tanto já não sinto nem digo metade. Até me falta a subtileza das palavras delicadas com que me mostrava vazia duma forma completa.
Podia ser a última vez... ter sido... já foi...