domingo, abril 27, 2008

Como um mundo gira dentro de outro sob si mesmo. Como o mundo que te é exterior me integra sem hesitar, me completa sem forçar, me deixa ser o meu eu simples sem o timing perfeito. Como te é derradeiramente á parte, subjugado com sentidos do passado moldando-te cada vez menos dissolúvel, com moldes quebrados e formas disformes.
Não é a perfeição que te comanda, mas é ela o que procuras. Só estás onde não queres estar e com quem nunca chega, quanto mais rodeado estás, mais só preferias ficar revelando-o menosprezadamente... A insatisfação chapada em cada gesto armado, sempre impune a qualquer passagem... A indiferença desgastante que impões no ar...
Torna o meu inconsciente louco à desmesurada quantidade de falhas que me atacam cá dentro e simultaneamente com as brechas moles que racham a tua carapaça por onde enverdo e me alento. A parte da alma que insiste em prender-se a resteas de esperanças alheias. Como esse mundo me cega para me impedir a cada murmúrio de ser coerente. Durmo como quem está acordado. Invades-me o sono, invades-me a paz de espírito, invades-me a sanidade. Toda eu me vejo em ânsia ao teu pé... Como preciso do que me distraia, que me guie para não tropeçar na tua figura e enlaçar-me no pedaço de alma rasgada que não te descola...
Como preciso de me por bem ao teu mundo através do que te é exterior, mas como preciso contrariamente de te ter longe para recuperar um estado mental terrestre... Como me quero enganar com o explíto engano de erro com um certificado de como quem já esmagou o que havia ficado pelo pisado. Como quem é forçado a desistir mas que transborda força controversa estonteante.
De que foram os esforços de regressar a normalidade... Um deixar de lado o orgulho enganoso, uma mostra ao seu próprio mundo que não seria de todo fechado.
Como quem caminha pela areia olhando para trás, ignorando que a caminhada vai sendo esvanecida, como se nunca se tivesse dado.
O sistemático pegar no mesmo para justificar a tua falta de ti...

segunda-feira, abril 21, 2008

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Here is the thing about the future. Every time you look at, it changes, because you looked at it, and that changes everything else.
O meu olhar foge do teu com o medo de dentro que mo prendas e o enfrentes com a verdade. Aquela que irei negar...

sábado, abril 19, 2008

"A insustentável leveza do ser"

É natural que quem quer "elevar-se" sempre mais, um dia, acabe por ter vertigens. O que são vertigens? Medo de cair? Mas então porque é que temos vertigens num miradouro protegido com um parapeito? As vertigens não são o medo de cair. É a voz do vazio por debaixo de nós que nos enfeitiça e atrai, o desejo de cair do qual, logo a seguir, nos protegemos com pavor. (...)
Poderia dizer que ter vertigens é embriagarmo-nos com a nossa própria fraqueza. Temos consciência da nossa fraqueza, mas, em vez de resistir-lhe, queremos abandonar-nos a ela. Embriagamo-nos com a nossa própria fraqueza, queremos ficar ainda mais fracos, cair por terra em plena rua à frente de toda a gente, ficar por terra, ainda mais abaixo do que a terra.