quinta-feira, dezembro 28, 2006

i'll snap my fingers and...

Não vou desfigurar o que em mim cresce.
Não vou desmembrar o que se encaixou só para o orgulho ser maior.
Não quero especular o iniciado e o esperado, ou apalpar os gestos que poderão escorregar e perder-se.
Não vou aterrorizar as respostas imediatas e calar as mudas, mas desvanecer a ilusão, esgotar o sistema protector que sempre se tentou empenhar…
Não quero engolir sempre o mesmo discurso, mas desprogramar as pregas sistemáticas que subtilmente se impõem. Vou esgravatar a rotina que tanto mancha e desanima em vez de me resignar a orgasmos de sucesso vão. Calculando ou não os disfarces, vou absorver os picos de alegria que guiam o dia-a-dia. Recolorir cada momento perdido e fechar o tremor da via falhada. Ultrapassar-se-ão as páginas viciadas que sufocam e absorvem derradeiramente para nunca mais tirar a banal máscara que cobre o reflexo de outrém que estala o impacto a quem quer renascer com cada tentativa.