Não. A ti...não

Poder divulgar que és tu que habitas dia após dia na minha cabeça? |
Poder divulgar que és tu que habitas dia após dia na minha cabeça? |
O que és tu para mim?
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Por momentos desejo despir o que sou, num gesto vazio vestir outra pele. A minha parece gasta e viciada. A alternante mudança vira-se num ciclo vicioso em que me calha sempre a mesma peça. Um vazio interior sem entendimento meu…um “sugamento” de intenções, valores, convicções. Um aperto aberto simultâneo, por dentro que expira o resto, em mim já despedaçado. Uma força superior guiada pela minha incapacidade inconstante…uma divagação alimentada por esta ausência de vontade, que me toma e corrói. Sopro a minha energia e alegria de viver o momento…tento agarrá-la mas escorrega antes de a conseguir alcançar. Mudo então a minha atitude, mas mantêm-se em mim os mesmos sentimentos. A minha ânsia e desespero vêm-se num outro plano onde aparece o meu reflexo, então, torno-me no alvo de mim própria. É agora que recomeça, mas com mais intensidade, com mais afundamento, com mais pujança que tivera, mas agora, diante de mim. Não um surreal que me transforma, mas que se forma e me atinge…o meu próprio ser colide comigo e o qual eu não pareço querer derrotar. Agora acordava e tudo isto não passaria de um pedaço de imaginação descuidada, um devaneio mental que agarrava e despedaçava em pedaços derradeiros…mas…só é esta a fase que presencia o sonho…o outro resto é bem realidade e toma-me a cada instante mais profundamente. |