domingo, janeiro 13, 2008

(In)adaptado

Sempre o mesmo não estar
Sempre o mesmo estado
Sempre o mesmo perder
Sempre o mesmo lado
Sempre o mesmo dizer
Sempre a mesma estrada
Sempre o mesmo nada
Sempre o mesmo fumo
Sempre o mesmo encontrar
Sempre o mesmo deixar para trás
Sempre a mesma noite
Sempre o mesmo estar-bem
Sempre o mesmo engate
Sempre o mesmo nínguem
Sempre a mesma falta de cor e humor
Sempre as mesmas vozes
Sempre as mesmas razões
Sempre o mesmo esquivar
Sempre o mesmo jogar
Sempre o tardio nunca lutar
Sempre a mesma calma
Sempre o mesmo "Hoje não"
Sempre o mesmo tecto
Sempre o mesmo medo
Sempre o mesmo não-ser
Sempre o mesmo parecer

Só cheiro o mundo a andar para trás
E sempre a mesma gente a ficar para trás
Aparecem, Acontecem, Esquecem que no fundo
Nínguem sabe o que faz

Sempre a mesma vida
Encalhada nesse sempre

Talvez amanha pense outra vez...