segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Podia, mas não é


Queria saber libertar-me desta incapacidade que tenho em ignorar-te…nunca aprendi a lidar com a rejeição precoce que vive na minha mente…o medo que tenho de agir reflecte a minha incessante atitude de questionar tudo e de colocar etiquetas em todos os paços tomados e nos que estão por tomar.
Meço tudo ao milímetro…esqueço-me do verdadeiro sentido de viver e deixar a vida correr.
Vivo os momentos intensamente demais e acabo por não ser feliz ao preocupar-me demasiado em atingir este estado.
Já devia ter aprendido a guardar os momentos que mantêm o meu sorriso e a largar os que deixam o meu sobrolho levantado ou que me pesam na cabeça de tal modo que me torno incapaz de a erguer e deixar escorrer a água salgada que ensopa o travesseiro.
Levanto-me e prometo-me que não voltarei a agir de tal forma…mas acabo por juntar mais um engano à hesitação de mim própria.
Ainda está para vir o dia em que te conquistarei por ser eu própria…e aí posso guardar este sorriso sempre…mostrá-lo-ei a todos…mostrarei a todos a todos que consegui, provarei a mim própria que era capaz, que sempre fora…simplesmente faltava libertar o eu que guardava cá dentro e que receava mostrar-te com toda a força…
“Perder é uma questão de método”

domingo, fevereiro 19, 2006



Não quero reter a simbologia que guarda o que deseja sair de mim.
Não quero limpar as lágrimas que molham a minha face.
Não quero ocultar ao espelho o meu rosto agora desfigurado.
Não quero impedir a tristeza que me preenche por inteiro.
Não quero reflectir sobre o melhor que tenho a fazer.
Não quero pensar duas vezes antes de agir.
Não quero negar que te queria só para mim.
Não quero fingir que não me atingiu tudo isto.
Não quero forçar nenhum esquecimento prévio.
Não quero deixar de lutar e dar-me por vencida.
Não quero tentar de novo e esbarrar-me no inalcançável.
Não quero permitir que a tua indiferença me derrube.
Não quero olhar para trás e descobrir que vivia um engano.
Não quero reconhecer que não fiz de tudo para te ter.
Não quero acreditar que jogaste e não me deixaste lançar os dados.
Não quero prender-me nesta revolta que é a base da tua conveniência.
Não quero olhar para o teu sorriso e soltar a minha fraqueza.
Não quero imaginar um futuro alternativo onde os nossos caminhos se entrelaçavam.
Não quero precipitar-me e clamar que será fácil daqui em diante.

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

simulação espontanea

Começo a conhecer o teu lado que queria desconhecer. Vejo agora a verdade que te toma. Não quero mais esconder o que mostras…
Transpareces esse teu carácter de um modo propositado e ages como se nada contigo fosse….ousas usar, ousas simular, ousas só para mim….
Á tua volta tudo permanece simples, não interiorizas a complexidade da vida e assim desmarcas o valor do teu simples ser.
Escondes saber o quão atinges…simplesmente gostas do desafio que só chega a ser teu, pois participas somente tu num jogo que próprio criaste.
E eu…eu estou p’ra aqui a tentar livrar-me do sentido que não existe, aquele que eu julgava coexistir ao querer sentir-te…
Não ignoro o que pensei ter em conta sobre ti, mas apercebo-me que simplesmente foi tudo em vão…em vão talvez seja um pouco forte, pois é desta forma que se caminha em frente.
Parece tão ridículo este sentir, mas deixo-o correr, não o controlo, dou-lhe importância inconscientemente mesmo sabendo que não estarás para mim…
Sinto uma mesquinha revolta ao observar a espontaneidade com que finges. Tens um sorriso que abarca cumplicidade, que mais ninguém vê, que só usas em mim.
Demonstras ser algo que não és, querer algo que não queres, sentir algo que não sentes.
Sou, sim sou ingénua ao ponto de não ter analisado profundamente a verdadeira essência do teu transparente. Agi assim porque queria acreditar, queria sonhar esse sonho…mas porque tu fizeste-me ter certezas, poucas…mas fizeste.
Lançaste-me o teu mistério e mergulhei nele intensamente…
Inconscientemente eras a visão permanente no meu pensamento, tudo à minha volta desaparecia e entrava num mundo paralelo onde os meus sentidos não reagiam. Desenhava-se um leve sorriso nos meus lábios, no horizonte fixavam-se os meus olhos e em mim instalava-se uma suave sensação de conforto e satisfação.
Subtilmente acordo agora, sem demonstrar desapego completo, mas já sem te deixar perceber que te cuido…
Agora invade-me um estar livre, um ser que inspirará outros ares para poder tirar o bem- estar que me proporcionavas que nem chegaste a saber…afastaste-o antes de poderes vir a garantir que realmente algo pairava….

segunda-feira, fevereiro 13, 2006


É como me sinto quando estou assim contigo….a despedaçar-me aos poucos….uma impotência que me consome e corrói por dentro….e que escapa para fora nos momentos mais frágeis...


sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Refugio-me e o meu mundo encontra-me

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Mudança


Vagueia por entre um nada. Indiferente a atitudes, comportamentos, ditos…questiono-me sem conta do que se tratará, mas não obtenho resposta…
É como se houvesse um ignorar com cadeado, mas sem chave ou código. Não sei se por medo se por vontade de não assumir uma posição.
Onde há contra vontade a tudo, nem que seja só para contrariar….um sacudir de ombros só para não se pronunciar….um sorriso inverso que força o mau ambiente…uma discussão sem razão nem objectivo…apenas discussão.
Um bem-estar momentâneo, tão momentâneo que nem chega a escassos minutos…sim fracções de segundo.
Não se sabe o que sente, não se sabe o que pensa, não se sabe o que lhe apetece, nem o que não lhe apetece….simplesmente a resposta é nada.
Instantes responsáveis, divertidos, alegres, reconfortantes, bem vividos….
…….Convivências sub carregadas, constrangedoras, pensativas, cinzentas….
Questiono-me para onde foi a essência, a reflexão, a boa disposição e a aprovação de uma simples brincadeira que conheci….será que me deveria ser indiferente? Acho que sim, talvez não, nem conseguiria que assim fosse…mas…”as pessoas mudam e esquecem-se de nos avisar!”.


sexta-feira, fevereiro 03, 2006

És tão rara que te guardo numa caixinha de música bem especial, que ao abrir-se, voa uma melodia tão agradável que ouço vezes sem conta e quando dou por ela, estou parada defronte dessa caixinha, pois nem me apercebo do tempo que já passara…
Os olhos ganham vida, enchem-se de um brilho que não tem descrição.
São em vivências, são em pequenas coisas…Aquelas que parecem insignificantes, e que se vêm a revelar de uma grande importância. Nem sempre dou valor, mas ela está lá e posso procurá-la sempre que quiser, sempre que me sentir em baixo, sempre que estiver amuada com o mundo, ou simplesmente quando quiser partilhar algo que não quero saborear sozinha…pois sei bem no fundo que estará sempre lá para mim.
Nem precisa falar, basta um simples olhar, uma simples expressão, um pequeno gesto para saber que sou compreendida e amada….quando o nosso olhar se encontra e percebemos exactamente o que está no pensamento, sem qualquer tipo de palavras pronunciadas. É esta cumplicidade que quero guardar sempre.
Mantém o segredo, é como uma página de diário que voluntariamente deixei de escrever e depois que com muito carinho volto a fechar para que nunca perca aquele gostinho de a voltar a abrir como se fosse a primeira vez.

num olhar

Se o meu olhar
te disser além, muito além
do que queres saber,
desvia.

Se o meu olhar
me trair
e deixar transparecer
todo o fascínio que tenho por ti,
disfarça.

Se o meu olhar
tentar ainda assim
conquistar-te e o brilho profundo
te incomodar,
faz de conta.

Se o meu olhar,
no teu encontrar
a mesma dança,
porque não, sorri.

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

deixei a minha ingenuidade de lado para deixar vir ao de cimo a verdade do teu ser....